A população marginalizada de São Paulo resolveu protestar e reivindicar seus direitos: reuniram-se em praça pública e juntos pedem políticas sociais que os atendam. Realizaram o ato ontem, dia 19 de agosto, data em que houve o massacre na Praça da Sé, em 2004.
Os moradores de rua em São Paulo somam mais de 14.000 pessoas.
Será que um país nessas condições poderia estar investindo bilhões e mais bilhões em Copa do Mundo e Olimpíadas?
Uma vergonha!
Agência Brasil - Carta Capital
20.08.2012 19:13
Em protesto, moradores de rua pedem políticas sociais em São Paulo
Moradores de rua de São Paulo passaram a madrugada desta segunda-feira 20
reunidos na Praça da Sé, no centro da cidade, para reivindicar políticas sociais
de apoio à população em situação de rua. A manifestação começou na noite de
domingo e terminou na manhã desta segunda. A organização informa que 36 barracas
foram montadas para abrigar três pessoas em cada, totalizando pouco mais de 100
manifestantes.
A mobilização faz parte do dia nacional de luta dessa população. O 19 de
agosto faz referência ao Massacre da Sé, nome pelo qual ficou conhecido o
episódio em que sete pessoas que dormiam na praça foram mortas nesse dia em
2004. Até hoje, nenhum dos suspeitos foi preso. A data também será lembrada em
Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Vitória.
Levantamento da prefeitura informa que 14,5 mil pessoas vivem nas ruas de São
Paulo. O documento mostra que 47% dessas pessoas estão nas ruas e 53% em
abrigos.
Kátia Lúcia dos Santos, de 33 anos, vive há 8 anos na Praça da Sé e relata
dificuldades para conseguir sobreviver. “Sai de casa porque briguei com meus
pais. Os primeiros dias foram muito difíceis, mas nunca pensei em voltar”, disse
a moradora. Ela diz que faltam oportunidades que a possibilitem sair dessa
situação. “Quando a gente procura trabalho, precisa ter residência fixa”,
exemplifica.
O padre Júlio Lancellotti, membro da Pastoral de Rua da Arquidiocese de São
Paulo, avalia que são necessárias ações em diversas áreas e não só de
assistência social para atendimento a esse público. “Não podemos ter respostas
que sejam sempre as mesmas, por exemplo, o albergue. Essas pessoas não podem ser
atendidas por compartimentos. Os atendimentos precisam estar integrados”,
defende o padre.
Ele cita, entre as áreas que precisam ser contempladas, saúde, educação,
moradia e trabalho.
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