O pescado em Manaus está com excelente safra, mas o produto está sendo jogado no lixo. Por conta de um impasse referente à posse da terra, a conclusão do local de acondicionamento dos peixes, no terminal pesqueiro, não foi concluida e, simplesmente toneladas de peixe são descartados todos os dias. No jogo de "ping-pong" Prefeitura diz que concluiu a sua parte na obra e acusa o Ministério da Pesca. E, assim sendo, ninguém come o peixe: deixam apodrecer. Um absurdo.
15/08/2012 - 05h30 - Folha de S.Paulo
20 toneladas de peixes apodrecem em Manaus
KATIA BRASIL
DE MANAUS
DE MANAUS
Resultado de safra recorde registrada neste ano, toneladas de peixes estão
sendo descartadas diariamente em Manaus por força de uma disputa jurídica que
impede o uso de um terminal pesqueiro às margens do rio Negro.
Praticamente concluída, a obra do terminal e de um armazém no porto pesqueiro
da Panair, no centro de Manaus, já consumiu R$ 16 milhões em recursos federais e
municipais. O embargo ocorre porque União e pessoas físicas disputam na Justiça
a posse do terreno.
O resultado é o descarte diário, por falta de estrutura de armazenagem, de 15
a 20 toneladas de peixes como sardinhas, jaraquis e pacus, pescados nos rios
Purus e Juruá.
Desativação do terminal pesqueiro de Manaus impossibilita que
peixe seja estocado
em câmaras frigoríficas; disperdício diário é de 20
t
Hoje os barcos que chegam ao local atracam em um porto flutuante mantido pela
Federação dos Pescadores do Amazonas, que cobra até R$ 60 por dia dos
pescadores.
Como não há armazém com frigorífico para guardar os peixes, o pescado acaba
apodrecendo nos barcos, sendo jogado no próprio rio Negro ou recolhido a lixões.
Quem anda pelas balsas onde o pescado é vendido no porto da Panair pisa em
peixes podres o tempo todo.
Município e União atribuem o impasse na conclusão do terminal pesqueiro à
disputa pela posse da área.
A prefeitura diz que a parte da obra sob sua responsabilidade foi concluída
no final de 2010, e que cabe ao Ministério da Pesca equipar o terminal na parte
em terra.
O secretário de Infraestrutura e Fomento do Ministério da Pesca, Eloy Araújo,
disse que o órgão tem interesse em equipar a obra, considerada um dos 20
terminais estratégicos do país. "Mas só posso equipar a obra quando a União
tiver a posse."
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