Imagine a cena surreal: convidaram Bertrand de Orleans e Bragança (monarquista e latifundiário) e Sepúlveda da Fonseca (que apoiou a TFP e o golpe militar de 64) para palestrar na UNESP. Inconformados com a presença dos palestrantes, os alunos da Universidade resolveram se unir e promoveram uma manifestação barulhenta no evento. Resultado: os palestrantes não conseguiram falar.
Mas é realmente muita ousadia querer promover discursos dentro de universidades, com claros princípios contra os quilombos e a reforma agrária. Ainda bem que os alunos não são passivos.
Política - Carta Capital
29.08.2012 18:56
Protesto impede palestra de ‘príncipe do Brasil’ na Unesp
O “príncipe” Dom Bertrand de Orleans e Bragança, um dos herdeiros do que foi
a família real do Brasil, era o principal convidado de um ciclo de palestras na
Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Franca, interior do estado, na
terça-feira 28. O bisneto da princesa Isabel iria realizar uma palestra sobre o
papel da família real brasileira durante a formação do país e sobre alguns novos
documentos de arquivo pessoal da princesa recentemente descobertos. Faltou
combinar com o movimento estudantil.
Uma semana antes da chegada do herdeiro da família real, alunos da Unesp já
faziam circular pelo campus panfletos como o Boletim da Frente única
antimonarquista e anti-latifundiária, convocando para um “ato-debate” e um
protesto contra a palestra do “príncipe de Bragança”.
Foi isso o que aconteceu. A visita de Dom Bertrand de Orleans e Bragança ao
campus da Unesp durou apenas 30 minutos. Tempo suficiente para que os
organizadores do evento, parte do Curso de Introdução à Vida Intelectual (CIVI),
se dessem conta de que a realização da palestra seria inviável diante dos
protestos de cerca de 200 pessoas.
“Era muita gente gritando e a coisa fugiu um pouco do controle porque alguns
alunos invadiram o anfiteatro para protestar”, conta o estudante de direto
Rafael Bozutti. “Muitos chamavam o príncipe de fascista por causa de seus
pronunciamentos contra os quilombos e a reforma agrária, mas ficou nisso, não
houve agressão física”, disse.
Segundo o aluno de História eintegrante do Diretório Acadêmico da Unesp
Thiago Rodrigues, a intenção da ação era debater por que o CIVI, coordenado por
Fernando Andrade Fernandes, diretor do campus, tinha interesse de convocar
Bertrand e o jornalista José Carlos da Sepúlveda da Fonseca. “Queríamos entender
a razão para convocar para o ambiente universitário uma pessoa que é contra a
reforma agrária como o príncipe de Bragança e seu amigo próximo, o jornalista
José Carlos da Sepúlveda da Fonseca, que apoiou a marcha da Tradição, Família e
Propriedade e o golpe militar de 1964″, disse o estudante.
Um blog chamado “Adeus ao capital”
publicou um “manifesto” no qual tenta explicar a ação. Os autores do texto
acusam Bertrand e Sepúlveda de pregarem “abertamente a violência no campo e a
morte de trabalhadores rurais sem-terra” e afirmam que a expulsão dos dois
mostra que os movimentos estudantis não se seduziram pelo falso discurso de
“liberdade de expressão” defendido pelos conservadores. Em entrevista ao jornal
Franca Notícias, o descendente da família real classificou a ação
estudantil como uma “estupidez”.
Qual é a tua? Vc é do PT? ou algum coligado comunista?
ResponderExcluirProcure informações a meu respeito na página lateral do blog. Em adendo: sou socialista, democrático, defendo os trabalhadores e luto pelas causas sociais; não sou: discriminador social, discriminador racial ou homofóbico.
ResponderExcluirVocê se diz democrático mas concorda que pessoas com opiniões discordantes sejam simplesmente proibidas de falar em um espaço público que é a universidade.
ResponderExcluirEsta é a famosa democracia dos já extintos (ainda bem!) países socialistas como a "República """Democrática""" Alemã", a antiga Alemanha Oriental.
Para vocês, democracia é quando todos externam opinões de esquerda. Opiniões diferentes são sempre "fascistas" e devem ser simplesmente proibidas.
Impedir que alguém externe sua opinião em espaço público tem um nome: DITADURA. Só que na língua da esquerda, a ditadura socialista chama-se "democracia".
Esse discurso de pseudo liberdade já foi usado, muitas vezes, como pretexto para instalação de uma ditadura: os próprios militares que, se você não sabe, são de direita, instalaram uma ditadura no Brasil com a desculpa de evitar um golpe comunista inexistente. Qualquer manifestação em prol do altruísmo é tida pelos reacionários como um ato imposicional comunista. O que não se consegue enxergar é que não é apenas um ato, é uma sociedade que, em sua maioria, reivindica por uma situação melhor de sobrevida, já que as pessoas que se auto intitulam defensores da liberdade de expressão só se preocupam em escutar e difundir “a expressão que defende os seus próprios interesses”. Será que o Sr. Brertrand permitiria que se fizessem palestras em defesa da reforma agrária em suas propriedades? Será que o jornalista Sepúlveda publicaria em seu site um manifesto de estudantes que defendessem os quilombolas?
ResponderExcluir