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quinta-feira, 5 de julho de 2012

PT PERDE MAIS UM LIDER: MAURICIO RANDS SE DESFILIA EM RECIFE

Os petistas parecem realmente insatisfeitos. O partido não pára de perder seus filiados. Além daqueles que desertaram no Rio de Janeiro, abandonando a candidatura "pesada" de Eduardo Paes migrando para apoiar o PSOL, agora é a vez do Recife. Maurício Rands, do PT de Recife, pediu sua desfiliação do partido ontem, além do afastamento da Secretaria de Governo de Pernambuco. Insatisfeito com as arbitrariedades cometidas contra sua pretensa candidatura à Prefeitura de Recife, classificou o partido de autoritário e saiu declarando apoio à candidatura de Geraldo Júlio (PSB), candidato do governador Eduardo Campos (PSB).

Política - Carta Capital - 04/07/2012

Pernambuco

04.07.2012 17:57

Mauricio Rands critica ‘autoritarismo’ do PT e deixa o partido



Mauricio Rands não é mais integrante do PT. Foto: Wilson Dias / ABr
Mauricio Rands não é mais integrante do PT.
Foto: Wilson Dias / ABr


A crise provocada no Recife por conta das disputas internas do PT e deste com o PSB fez sua primeira vítima. Mauricio Rands, que tentou disputar a prefeitura da capital pernambucana, anunciou nesta quarta-feira 4 sua desfiliação do PT, a saída da Secretaria de Governo de Pernambuco e o abandono da vida pública. Rands lamentou o que chamou de autoritarismo do PT e anunciou apoio a Geraldo Júlio (PSB), o candidato do governador Eduardo Campos (PSB) à Prefeitura do Recife.
Rands fez o anúncio em uma carta cheia de críticas ao PT. Ele deixou claro que tomou a decisão depois da intervenção realizada pelo PT nacional no diretório pernambucano. Em junho, Rands e o atual prefeito do Recife, João da Costa, disputaram uma prévia na qual Costa saiu vencedor com 52% dos votos. A votação acabou invalidada depois que o processo se transformou numa batalha judicial, com acusações de fraude de ambas as partes. A Executiva Nacional petista, então, impôs o nome do senador Humberto Costa como candidato no Recife. Para Rands, a decisão, “imposta autoritariamente”, fez com que ele se recolhesse “à reflexão”. “Ponderei sobre o processo das prévias e sobre o momento político mais geral. Concluí que esgotei por inteiro minha motivação e a razão para continuar lutando por uma renovação no PT”, afirmou.
Rands lamentou que intervenções como a que ocorreu no Recife tenham se tornado comuns nas práticas do PT e acusou a sigla de não realizar “o debate democrático” em suas decisões internas. Segundo Rands, ao fazer isso, o PT acaba se distanciando de sua militância. “Na luta pela renovação do partido, no Recife e em outros lugares, infelizmente, têm prevalecido posições da direção nacional, adotadas autoritária e burocraticamente, distantes da realidade dos militantes na base partidária”, afirmou.
Ao criticar o PT, Rands fez uma série de elogios ao PSB e a Eduardo Campos. O petista afirmou que a gestão de Campos é “exemplar” e defendeu a candidatura de Geraldo Júlio, segundo o “quadro mais preparado” para comandar o Recife, “implantando na cidade o que o governador Eduardo Campos está fazendo em Pernambuco”.
Além de deixar o PT, Rands renunciou a seu cargo na Câmara (estava licenciado), devolvendo o mandato ao PT e também deixou a secretaria de governo, “como gesto concreto de que não se trata de um jogo menor, de barganha por espaços de poder”.
Sem Rands, o PT perde um quadro importante. Ele foi eleito deputado federal em 2002 e 2006, foi eleito diversas vezes um dos parlamentares mais influentes do país e liderou o PT durante parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, assumiu a Secretaria de Governo em Pernambuco.


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