Em proposta apresentada aos profissionais da Educação parece que o Governo Federal não foi muito feliz. Segundo alguns representantes da categoria, o plano de cargos proposto contempla apenas os profissionais que estão no alto, deixando os iniciantes de carreira sem cobertura.
Essa espécie de comportamento do governo é típica de quem está querendo desunir os profissionais. Por isso, a melhor atitude é a renegociação para que todos sejam alcançados pelos benefícios. Se houver adesão à proposta do governo, o movimento perde força e os que não estiverem abrangidos pelo plano ficarão marginalizados.
Essa espécie de comportamento do governo é típica de quem está querendo desunir os profissionais. Por isso, a melhor atitude é a renegociação para que todos sejam alcançados pelos benefícios. Se houver adesão à proposta do governo, o movimento perde força e os que não estiverem abrangidos pelo plano ficarão marginalizados.
Brasil 247 - 14/07/2012
Sindicato sinaliza que greve nas universidades deve continuar
Foto: Marcello Casal Jr/Agencia Brasil
Proposta do governo será levada a assembleias, mas presidente da associação dos docentes afirma que ela não contempla as reivindicações dos professores das instituições de ensino superior
Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os representantes das instituições federais de ensino ficaram insatisfeitos com a proposta apresentada pelo governo. Segundo a presidenta da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira, a oferta governamental não atende às reivindicações da categoria.
“A proposta do jeito que está não contempla nossas reivindicações, que é a reestruturação da carreira, considerando uma carreira atrativa para todos os níveis. Do jeito que está não contempla desde o professor graduado até o professor com doutorado. Atende apenas a uma minoria”, reclamou.
Para Marinalva, a proposta beneficia um percentual pequeno dos docentes universitários. “A tabela mostra a desestruturação da categoria, que atinge poucos professores. Seria beneficiado quem está no topo da carreira. Quem está na base continua com dificuldade de progressão salarial”, disse.
A próxima reunião entre representantes da categoria grevista e do governo federal está agendada para dia 23 de julho. Até lá, a greve, que dura 57 dias, continua. Segundo dados da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), a paralisação atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica.
“Hoje estamos com quase 100% da base em greve. Vamos levar a proposta às nossas bases, realizar assembleias para que retornemos ao governo com nossa contraproposta. Esperamos que o diálogo possa acontecer”, disse. O mesmo vai ocorrer entre os grevistas do Sinasefe, que também se demonstraram “frustrados” após a reunião.
“A proposta deixa a gente muito frustrado, não discute a precarização da educação brasileira e não apresenta nada aos técnicos administrativos. Estamos muito insatisfeitos, vamos desenvolver o trabalho democrático de ir para as bases com a proposta e discutir com a nossa categoria, para dar retorno ao governo e dizer o que não nos agrada nessa proposta”, disse o coordenador-geral do Sinasefe, Davi Lobão.
Para o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, a aceitação da proposta do governo pelos grevistas é apenas questão de tempo. “Acredito que quando as propostas forem analisadas, (os professores) vão reconhecer que esse foi um dos maiores avanços que tivemos até hoje em termos de carreira do docente. Estou convencido que eles vão gostar da proposta e propor imediatamente o retorno das atividades do ano letivo e garantir que estudantes não tenham prejuízo”, declarou aos jornalistas.
Carta na Escola - Carta Capital
Marcelo Pellegrini
Educação
13.07.2012 18:23
Governo apresenta pacote para por fim à greve
O governo federal apresentou nesta sexta-feira 13 uma proposta para tentar colocar fim aos quase dois meses de greve dos professores federais de ensino superior. A paralisação atinge 56 das 59 universidades federais, além de 34 institutos federais de educação tecnológica (dos 38 existentes).
A proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento diminui de 17 para 13 os níveis de carreira, a partir de 2013, e concede reajuste salarial a todos os docentes federais de ensino superior – além dos 4% já conseguidos com a MP 568, retroativo a março, ao longo dos próximos três anos. Com isso, o governo estima que, ao longo dos próximos três anos, a remuneração do professor titular com dedicação exclusiva suba de 11,8 mil reais para 17,1 mil. A medida do governo prevê, portanto, que os professores cheguem a esse patamar em menos tempo de carreira.
Segundo o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, a expectativa é que a proposta atenda aos pedidos dos docentes e encerre a greve, que ameaça atrasar o calendário letivo de grande parte das universidades federais.
Histórico
As reivindicações da categoria dos professores são antigas e se referem à reestruturação do plano de carreira dos docentes e melhores condições de trabalho. Os professores também reclamam do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que, segundo eles, expandiu de forma improvisada o ensino superior público. “Notamos que ensino superior federal foi expandido nas propagandas, mas não assegurado na condição real”, avaliou a ex-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Marina Barbosa.
Conforme foi noticiado por CartaCapital, a reunião desta sexta-feira 13 era esperada desde 19 de junho. Na época, a greve já havia completado um mês, porém o Ministério do Planejamento adiou novamete a reunião, alegando que os esforços do governo estavam voltados para a Rio+20.
A decisão sobre a continuidade da greve está agora com os docentes. Segundo a presidente do Andes, Marinalva Oliveira, a proposta do governo ainda será discutida no movimento de greve e uma definição deve ser anunciada na próxima semana.
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