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quinta-feira, 5 de julho de 2012

GREVE NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS ATINGE 95%

A greve dos profissionais de ensino da esfera federal já atinge 95% das instituições e o Governo Federal sequer acena com agendamento para reunião com a categoria.  Esse é um dos comportamentos mais controversos de que se tem notícia na tortuosa trajetória do PT no poder. Aloisio Mercadante era um dos mais árduos defensores dos trabalhadores e hoje nem se digna a cumprir o seu papel de Ministro da Educação e receber os professores para resolver o problema da paralisação. Está irredutível quanto ao fato de considerar inoportuna a greve.
Além de prejudicar os alunos, os hospitais também estão sendo atingidos. A presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes, Marinalva, lembra que o caos está tomando conta da Educação: faltam livros, laboratórios, e as salas de aula estão superlotadas com 90 alunos cada.
Agora, diga você: É ou não é obra eleitoreira o fato do Governo Federal ter aberto mais 30 mil vagas para as Universidades no mês de junho, faltando 3 meses para a eleição?
Se a capacidade das Universidades está esgotada, se estão faltando professores para o contingente de alunos já existente, como é que o Governo Federal pretende inserir mais esses 30 mil alunos?


Cotidiano - Carosamigos.terra.com - 04/07/2012

Greve nas federais: Sindicato acusa governo de 'irresponsável'


Paralisação atinge 95% das instituições de ensino, mas governo não negocia


por Aray P. Nabuco



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Com quase 2 meses de greve, professores das universidades federais ainda esperam um posicionamento do governo, que até esta quarta-feira (4) não havia sequer sentado para negociar com o sindicato. A greve por tempo indeterminado começou em 17 de maio com professores, mas ganhou a adesão de estudantes e servidores e já atinge 95% das instituições federais de ensino (veja mapa abaixo), segundo dados do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes).

"Não é um descaso, é uma falta de responsabilidade do governo", avalia a presidente do sindicato, Marinalva Oliveira sobre o vazio deixado pelo governo federal na mesa de negociação. Para Marinalva, na verdade, sequer há uma 'mesa de negociação' pois a única reunião que havia sido marcada entre as partes, no dia 19 de junho, foi cancelada pelo governo e ainda não foi remarcada. "Tivemos uma reunião logo no início e o governo pediu trégua de 20 dias. Foi marcada uma reunião para o dia 19, mas no dia 18, o governo enviou documento que marcaria nova data para a reunião, mas não marcou", diz, acrescentando que "a responsabilidade da greve é do governo porque ele não está negociando." Além das aulas, a greve atinge o atendimento em hospitais universitários e laboratórios de pesquisas.

Falta de Políticas Públicas
A omissão do governo, para ela, mostra a falta de políticas públicas para a Educação. "A crise é de ausência de políticas públicas. As pessoas ficam na fila nos hospitais (universitários), faltam livros nas bibliotecas, faltam laboratórios, as salas de aula estão superlotadas, com até 90 alunos", afirma Marinalva.
Na tentativa de pressionar o governo para uma negociação de fato, os professores fazem várias manifestações e protestos - GreveFederais-Mapa-inessa semana, fizeram um café da manhã no prédio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), responsável por avalizar a pauta de reivindicações nos quesitos reestruturação do plano de carreira e salário; o MPOG diz que tem um projeto de reestruturação, mas não o apresentou ao sindicato. Os professores, junto com os comandos de greve dos estudantes e servidores, organizam uma marcha nacional até Brasília (DF) para o dia 18 deste mês de julho.
O sindicato entregou a pauta de reivindicações e considera que a palavra agora está com o governo, que não se manifesta. "Não temos nada, nenhuma contra-proposta do governo", diz Marinalva. "A questão não é falta de dinheiro. É falta de prioridade para a educação."

10% do PIB
Marinalva também falou da aprovação pela Câmara dos Deputados do Plano Nacional da Educação (PNE), cujo texto prevê a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. O aumento no índice seria escalonado até 2023. "Não é uma conquista, nem nenhum avanço isso daí", diz a presidente do Andes. "Nós pedimos 10% do PIB para a educação pública. E o projeto como está envolve o ProUni, Reuni e só vai ocorrer até 2023", avalia.

Manifestações
O sindicato tem marcado novas manifestações em todo o país. Entre os dias 9 e 13, ocorrem protestos estaduais com o tema Copa, nos locais simbólicos onde ocorrerá a Copa do Mundo de Futebol. Entre 18 e 20, servidores públicos acampam na Esplanada dos Ministérios e, dia 18, ocorre a marcha nacional em Brasília.


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