As coisas vão de mal a pior na Educação: a adesão às greves só aumenta.
Professores e alunos da UERJ foram às ruas neste domingo e um batalhão de policiais militares foi deslocado para a praia, em direção à manifestação. Grevistas pedem "aos céus" que Cabral negocie.
Acompanhe a reportagem.
22/07/2012 13h58- Atualizado em 22/07/2012 13h58 - g1.globo.com
Servidores da Uerj protestam perto da casa de Cabral, cercada por PMs
'Até parece que somos tão perigosos assim', discursou professor.
Manifestantes reivindicam reajuste salarial e planos de carreira.
Ao todo, 18 homens do Batalhão de Choque da PM acompanhavam os cerca de 50 manifestantes
(Foto: Bernardo Tabak/G1)
Cerca de 50 professores, funcionários e alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) protestaram neste domingo (22), na orla da Praia do Leblon, em frente ao Posto 12, na Zona Sul da cidade. Os manifestantes - que pedem reajuste salarial e implantação do regime de trabalho em dedicação exclusiva, entre outras reivindicações - criticaram a quantidade de policiais deslocada para acompanhar o protesto. “Até parece que nós, professores e funcionários da Uerj, somos tão perigosos assim”, discursou, ao microfone, Guilherme Mota, presidente da Associação de Docentes da Uerj, onde dá aulas desde 2005.
“Quando chegamos à praia, fomos surpreendidos por um efetivo de policiais bastante grande para uma manifestação de professores, estudantes e funcionários de uma universidade. A gente não se acha tão perigoso assim”, criticou Mota. “Os policiais impediram que a gente chegasse até a entrada do prédio onde o governador mora, na Rua Aristides Espínola, para fazer um ato. Mas, na orla da praia, tenho certeza de que estamos em um espaço público, e não há nenhuma necessidade de nos tirar daqui”, complementou o professor.
O professor Guilherme Mota (à esquerda) negocia com o responsável pelos homens do Batalhão de Choque
(Foto: Bernardo Tabak/G1)
Ao todo, um ônibus e cinco viaturas do 23º BPM (Leblon), além de dois furgões e três picapes do Batalhão de Choque, em um total de cerca de 30 policiais militares, vigiavam a manifestação, na orla e em dois pontos estratégicos da Rua Aristides Espínola.
Além disso, seis seguranças à paisana estavam próximos à entrada do edifício onde mora o governador.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do governador informou que ainda não há nenhuma posição ou nota oficial sobre o protesto.
'Pedimos aos céus para que Cabral negocie'
Logo no início do protesto, no fim da manhã, balões de gás foram lançados ao céu, com cartazes onde se lia “#Negocia, Cabral!”, já que a intenção dos grevistas é espalhar os protestos pelas redes sociais, como o Twitter e o Facebook. “Os balões significam que estamos pedindo aos céus para que o governador Sérgio Cabral negocie conosco. Estamos há 42 dias em greve, e ele não nos recebeu para nenhum tipo de negociação, nem ofereceu propostas para reivindicações que já fazemos há anos, e são conhecidas pelo governo”, explicou Mota.
Logo no início do protesto, no fim da manhã, balões de gás foram lançados ao céu, com cartazes onde se lia “#Negocia, Cabral!”, já que a intenção dos grevistas é espalhar os protestos pelas redes sociais, como o Twitter e o Facebook. “Os balões significam que estamos pedindo aos céus para que o governador Sérgio Cabral negocie conosco. Estamos há 42 dias em greve, e ele não nos recebeu para nenhum tipo de negociação, nem ofereceu propostas para reivindicações que já fazemos há anos, e são conhecidas pelo governo”, explicou Mota.
Na entrada do prédio do governador, PMs, um carro da Tropa de Choque e seguranças à paisana (ao fundo)
(Foto: Bernardo Tabak/G1)
No asfalto, manifestantes seguravam uma enorme faixa onde se lia: “Estamos em greve”. Professores e funcionários técnico-administrativos se alternavam em discursos ao microfone, pedindo que o governador esteja aberto às negociações. De acordo com Guilherme Mota, mais de 60% dos professores e funcionários aderiram à greve. “As atividades essenciais, como as do Hospital Universitário Pedro Ernesto, continuam funcionando”, ressaltou ele.
Mota afirmou ainda que o hospital está sucateado, ainda mais após o incêndio do começo de julho. “Tem locais no hospital que estão funcionando sem energia elétrica, e sem circuito de oxigênio. As condições não são favoráveis, mas o hospital continua funcionando da melhor forma possível”, destacou.
Os grevistas também reivindicam reformas nos planos de carreira dos técnicos, reclamam que estão sem reajuste real desde 2001 e pedem reajustes nas bolsas estudantis e ampliação do bandejão do campus Maracanã.
Tenho certeza que Cabral vai negociar. Ele nunca se negou a ouvir o que a população tem a dizer, ainda mais se tratando de um assunto tão importante.
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