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quinta-feira, 31 de maio de 2012

GILMAR MENDES E LULA NA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA

por Julieta El-Khouri

O ministro do STF Gilmar Mendes e Lula vão ter que se explicar. Ao que tudo indica, Gilmar Mendes continua disseminando intrigas, porém, dessa vez, envolvendo o ex-presidente Lula.
O PSOL, entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República contra Gilmar Mendes, alegando ser questionável a conduta do Ministro quando demora trinta dias pra se manifestar e se encontra com pessoas que ele vai julgar, fora do STF.  Pede a investigação dos fatos e a adoção das medidas cabíveis, nos âmbitos civil, penal ou administrativo.
O DEM, PSDB e PPS também protocolaram representação criminal contra Lula, na PGR, para investigar a veracidade das declarações do Ministro à Revista Veja.


PSOL vai à PGR e funcionário público pede saída de Gilmar


PSOL vai à PGR e funcionário público pede saída de Gilmar
Foto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ABR

Na representação, o PSOL classifica a conduta do ministro Gilmar Mendes na polêmica com o ex-presidente Lula como "bastante questionável"; filiado ao PT, funcionário público Cícero Rôla pede o impeachment do ministro pela segunda vez

30 de Maio de 2012 às 21:20

Agência Brasil - O PSOL protocolou hoje (30) representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O partido questiona a conduta do ministro no episódio que envolve diálogo dele com o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Na representação, o PSOL classifica a conduta do ministro Gilmar Mendes como "bastante questionável". No documento protocolado na PGR, a sigla pede a investigação dos fatos e, se comprovada conduta indevida, que a procuradoria adote as medidas cabíveis, nos âmbitos administrativo, civil ou penal.
Ontem (29), os partidos de oposição – DEM, PSDB e PPS – protocolaram representação criminal na PGR contra o ex-presidente Lula. O documento pede a instauração de inquérito policial para investigar a veracidade das denúncias feitas por Gilmar Mendes à revista Veja desta semana.
No Senado, o servidor público do Distrito Federal, Cícero Batista Araújo Rôla, protocolou hoje na Presidência da Casa pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes. Filiado ao PT e à Central Única dos trabalhadores (CUT), Rôla disse à Agência Brasil que o magistrado precisa ser investigado. "Sou um cidadão indignado e não posso aceitar que, na mais alta Corte do país, um ministro esteja sob suspeição", disse Araújo.
É a segunda vez que o servidor público protocola pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes. A primeira nem chegou a ser analisada pelos senadores porque foi arquivada pela Presidência do Senado. Na ocasião, Rôla questionava a conduta de Gilmar Mendes na concessão de habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal.
A reportagem da Agência Brasil tentou entrar em contato com o ministro Gilmar Mendes, mas a assessoria do ministro disse que ele não iria se manifestar sobre a representação do PSOL e o pedido de impeachment. 

Carta Capital

Guerra de versões

30.05.2012 16:39

Paulo Lacerda: ‘Gilmar Mendes está exaltado, sem controle’

Em setembro de 2008, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes procurou o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva – hoje acusado por ele de sugerir ajuda na CPI do Cachoeira em troca do adiamento do mensalão – para denunciar o suposto uso de grampos ilegais pela Abin (Agencia Brasileira de Inteligência).
Para “provar” a irregularidade, a revista Veja publicou uma irrelevante conversa entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

O ex-chefe da Abin Paulo Lacerda. Foto: Agência Brasil

A suspeita, jamais confirmada, provocou estragos: derrubou o ex-delegado Paulo Lacerda da chefia da Abin e enterrou as provas da Operação Satiagraha, que pouco antes havia levado para a prisão o banqueiro Daniel Dantas.
Quase quatro anos depois, Mendes voltou à carga contra Lacerda, acusando-o de espalhar informações falsas sobre ele para o ex-presidente Lula. Entre as “informações falsas” estaria a suspeita de que o ministro foi até Berlim em viagem paga pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, pivô da CPI que investiga a relação de políticos e empresários com o jogo do bicho.
Nesta quarta-feira 30, Lacerda reagiu. Em entrevista ao site Terra Magazine, o ex-diretor-geral da Polícia Federal afirmou que, se Mendes realmente fez tal afirmação, “ele foi leviano e mente”.
Lacerda negou proximidade com o ex-presidente Lula, disse que não o vê há anos, e lembrou que hoje trabalha numa associação de empresas de segurança privada. Negou também conhecer o araponga Idalberto Matias Araújo, braço direito de Cachoeira – e que, segundo Mendes, era homem de confiança de Lacerda.
“Não trabalho com nada, nada de investigação, e quem me conhece e à minha vida hoje sabe disso.”
Lacerda se disse espantado com o “tipo de informações” recebidas pelo ministro, que segundo ele deram base à crise toda. “Se as informações que ele diz ter recebido são dessas mesmas fontes, se foram essas fontes e informações que o levaram a dizer o que anda dizendo nos últimos dias, tá explicado porque ele está dizendo essas coisas e dessa forma. Ele, de novo, mais uma vez, está totalmente mal informado.”
E completou: “impressiona e é preocupante como um ministro do Supremo não se informa antes de dizer esses absurdos”.
Para Lacerda, o ministro do STF está “exaltado, sem controle”.
O ex-delegado afirmou ainda que a CPI do Cachoeira será uma “ótima oportunidade” para esclarecer o caso dos grampos ilegais jamais provados que derrubaram a Satiagraha.


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