O Ministério das Relações Exteriores entrou em greve esta manhã, anexando à paralisação, diversas embaixadas. Os cidadãos no exterior estão desguarnecidos; os consulados estão fechados. O funcionalismo reivindica reajustes salariais e têm nova assembléia na sexta-feira.
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Brasil 247 - 19/06/2012
Deu a louca no Itamaraty: greve global
Foto: Divulgação
Associado à elite do funcionalismo, viagens ao redor do mundo e pagamentos em moedas estrangeiras, Ministério das Relações Exteriores entra em greve por melhores salários; postos no exterior, incluindo Paris, Roma, Londres, Nova York, Los Angeles e Washington, também foram afetados; cidadãos sem auxílio no exterior
Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – A embaixada do Brasil em Paris abre pontualmente suas portas, de segunda a sexta, as 9h15, horário local, assim como o serviço de atendimento telefônico. Mas na manhã de hoje, os brasileiros que tentaram contatar o consulado pelo telefone, ficaram sem resposta. O telefone chama inúmeras vezes até ficar mudo.
Na tarde de ontem, servidores do Itamaraty aprovaram uma greve, a primeira da história, por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), assembléia com 300 servidores - ao menos 50 postos no exterior participaram por meio de redes sociais - decidiu pela paralisação por reajuste salarial.
O movimento grevista contradiz uma categoria conhecida no Brasil por sua excelência, glamour e educação "que vem de berço", acustumada com tratamento de luxo em viagens pelo mundo, a serviço do Ministério das Relações Exteriores. O que diria o patrono do Instituto Rio Branco (IRBr), José Maria da Silva Paranhos Junior, dessa atitude nada diplomática de interromper a ajuda aos seus cidadãos pelo mundo por uma questão salarial?
A embaixada de Paris, sob o comando de José Mauricio Bustani, provavelmente seguiu o movimento e cruzou os braços, já que as chamadas seguem sem resposta, não fornecendo nenhuma alternativa aos cidadãos comuns que tentam entrar em contato. A situação é ainda mais alarmante em plenas férias de verão na Europa. Entre os serviços prestados pelas embaixadas do Brasil pelo mundo estão a emissão de novos passaportes, e de certidões para casamento no exterior, além de ser um ponto de atendimento aos brasileiros em dificuldade fora do Brasil. Outros postos no exterior, incluindo Roma, Londres, Nova York, Los Angeles e Washington, também foram afetados.
A greve deve durar ao menos até sexta-feira quando a categoria faz nova assembleia.
De acordo com o Sinditamaraty, a categoria pede a equiparação salarial de assistentes e oficiais de chancelaria a carreiras correlatas. O salário inicial de um oficial de chancelaria é de R$ 6.299 e de um técnico de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), carreira correlata, de R$ 11.941, segundo o sindicato. Mesmo os diplomatas, que hoje recebem R$ 12.962, montante equiparado ao de oficial de inteligência da Abin, participam da paralisação.
Segundo nota do sindicato, a revisão salarial é para" recompor perdas dos últimos 25 anos, além da valorização das atividades exercidas pela categoria, com garantias efetivas e equivalentes às dadas para as demais carreiras consideradas típicas de Estado".
Os funcionários do Ministério que atuam na Rio+20 não vão entrar na paralisação. Mas isso não impede que o momento escolhido ofusque a abertura da conferência do Rio, como que para alcançar mais repercussão.
O MRE oferece um tratamento hipocrita ainda pior para os funcionários locais, que representam aproximadamente 70% da mão-de-obra nos consulados. Estes "locais", muita das vezes possuem nivel superior. Efetuam trabalho identido aos Oficiais, a diferença é que não autorizam e assinam documentos. Na Suíça, por exemplo, não tem 13º salário, recebem 20% a menos que um Gari(limpeza das ruas). E isso na sede da OIT em Genebra!!! A Falta de consciência social do Governo e MRE chega a ser criminosa, estes funcionários são a alma dos consulados, a base. Se os funcionários de carreira fazem greve quando tem: o aluguel pago integralmente pelo governo, subsidios enorme e diversas vantagens, imagine!? O que deveriam fazer os locais dos quais eles se quer garantem um mínimo para sobreviverem com dignidade?
ResponderExcluirHipocritas!!!!
Plenamente de acordo! Senhores do MRE, jah ta na hora de prestar maior atencao aos funcionarios locais pois eles sao o garante do funcionamento das Embaixadas, apesar dos miseros salarios. Que o digam os Paises Africanos...
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