Por: Tamiris El-Khouri Bernardino
Ontem eu estive no show do Alexandre Pires. Aliás, show muito aguardado devido à escassez de programas culturais na cidade. Minha animação com a apresentação, além da falta de programação, tinha a ver com o meu gosto musical, quase sempre tendente à música brasileira, especialmente o samba/pagode.
Cheguei lá por volta das 11 horas e, para minha surpresa, o show começou logo. Uma das coisas que me irrita em eventos como esse é ter que ficar esperando horas até o início da apresentação. Mas ontem foi diferente, começou logo (apesar de um probleminha que a técnica teve com o microfone principal).
Ouvi os primeiros versos do cantor e logo olhei em direção ao palco. Infelizmente, a melhor visão que eu tive foi da madeira que foi colocada à frente dele para as filmagens. Quem não queria ficar no meio da “muvuca” (como eu) teve que se contentar em ver as imagens distantes do telão. Alexandre que é bom, nada. Na verdade, nem no telão ele aparecia. As imagens eram como enfeites da apresentação e, mesmo assim, estava difícil de enxergar.
Além da plataforma de madeira em frente ao palco, o espaço destinado aos espectadores era estreito e o ângulo de visão era horrível. O palco era tão baixo, que eu, pulando, (e eu não sou tão baixa) consegui ver apenas a cabeça do cantor.
Só não consigo entender o porquê de colocarem o show num espaço tão restrito. Parecia que era um show particular para o público dos prédios chiques em frente à praia. Mas acho que o prefeito não faria isso com o povo, né? Deixar milhares de pessoas disputando um espaço mínimo, com tanto lugar sobrando em outras partes da orla, só pra privilegiar uma meia dúzia que tem condições de ficar no “camarote”...
Visão ruim do palco, várias pessoas dizendo que houve play-back (nem isso eu consegui saber, já que não dava para enxergar o cantor), espaço mínimo para disposição do público e, tudo isso por uma quantia exorbitante tirada dos nossos bolsos. Ainda querem que fiquemos aplaudindo quando o apresentador agradece à prefeitura?
A parte feliz da noite foi quando notei que as pessoas não ovacionavam mais esses governantes. O povo já reparou que eventos com esse no ano de eleição, em meio a tanta miséria dentro da cidade, não é cultura, é falta de vergonha na cara.
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