por Tamiris El-Khouri Bernardino
Lendo sobre os últimos acontecimentos econômicos na América Latina, não me restou outra opção se não comparar as atitudes das presidentas do Brasil e da Argentina.
Há poucos anos atrás, o povo brasileiro foi surpreendido com a notícia de que a exploração de petróleo no Brasil renderia muito mais “pano pra manga” que o imaginado. Foi descoberta a camada do pré-sal.
Cursinhos de petróleo e gás, de engenharias e técnicos relacionados têm atraído, em massa, a população, que vem sendo assolada pela explosão demográfica e conseqüente escassez de empregos. Tudo isso parece muito promissor quando não analisamos o lado político da coisa.
Basta lembrar as visitas de Dilma aos EUA para perceber que a esperança deve durar pouco. Acordos de livre comércio vêm sendo firmados por trás de uma cortina que a imprensa tece com fios de ilusões e mentiras. Ontem mesmo, numa entrevista ao lado do Ministro de Relações Exteriores do Brasil, a secretária de Estado americana declarou a “necessidade” que nós teremos da “ajuda” dos ianques na exploração da camada pré-sal. Ajuda? Só sendo muito tolo para acreditar numa bobagem como essa.
E o que o Brasil ganha facilitando ainda mais a exploração americana de petróleo aqui? Meia dúzia de bolsas a mais disponibilizadas em Harvard? Aposto que isso não beneficiará de fato a população como um todo. Nem mesmo facilitar a entrada no país com a suspensão dos vistos, os americanos aceitam de pronto. Essa permuta desigual a que o nosso país está se submetendo comprometerá, sem dúvida, os cargos mais significativos no processo de exploração petrolífera e deixará os profissionais de ponta brasileiros a ver navios diante da ocupação estrangeira.
Senti vontade de poder aplaudir minha presidenta assim como os argentinos aplaudiram Cristina Kirchner ontem. Mas, infelizmente, a Dilma está abrindo as porteiras do país para uma nação que visa o lucro na frente de tudo e já deu mais do que provas que não se importa com qualquer povo que não seja o seu. Isso tudo em detrimento de uma das empresas de petróleo que mais cresce no planeta, e, coincidentemente, é brasileira!
Que governo esquerdista é esse que vai na contramão do que agrada o povo? Não me julguem xenofóbica, ou coisa assim. Apenas penso que tudo deve ter um limite e tudo isso tem me cheirado a um bizarro neocolonialismo disfarçado.
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