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quinta-feira, 26 de abril de 2012

NOS BASTIDORES DA CPI

O bicho vai pegar. Foi dada a largada para a temporada de caça: caça às velhas raposas da política. Mútuas trocas de acusações e de ameaças é no que vai se transformar a CPI do Cachoeira. A lavagem de roupa suja, certamente, vai atingir Sérgio Cabral.
O PT já foi avisado: se Cabral for intimado, Lula também será.
A Rede Globo promoveu cortes naquelas gravações que assistimos no Fantástico, dentro de sua conveniência, para não expor todos os nomes envolvidos no esquema do bicheiro, mas não vai conseguir tapar o sol com a peneira por muito tempo.
O envolvimento de Sérgio Cabral é evidente, mas Lula quer que a CPI ataque somente “opositores” do governo. Por que não promover a investigação por completo?
Eles tentam enganar o povo vendendo a imagem de “incólumes” diante da corrupção, mas são os mentores intelectuais de toda a sacanagem na política.
Quando ouvirem falar que “o PT cortou de sua própria carne” não acreditem. Será uma mentira deslavada. Se Agnelo Queiroz (PT – governador do DF) sofrer qualquer intervenção, não representará quase nada no mar de esquemas e de desvios em que está  Sérgio Cabral.
O PT é um prostíbulo, que me desculpem as prostitutas pela comparação, onde quem paga mais leva.
Se a sociedade não fizer nada, tudo acabará em pizza e a veia da corrupção vai seguir seu curso. Já estão todos combinados.



Jornal da Mídia

PMDB admite convocar Lula para blindar Sérgio Cabral
quarta-feira,25/04/2012-12:28
Tópicos: Cláudio Humberto, CPI do Cachoeira, Lula, PMDB, Sérgio Cabral
Cláudio Humberto
A cúpula do PMDB no Senado subiu o tom e, nos bastidores, já ameaça convocar o ex-presidente Lula a se explicar caso o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, seja chamado a depor na CPI mista que investigará os esquemas do bicheiro Carlos Cachoeira. Lula é suspeito de aceitar suposta doação de R$ 1 milhão do contraventor, para sua campanha de 2002, em troca da legalização dos bingos.
Blindagem – Temendo virar alvo de adversários na CPI, devido ao aumento de contratos com a Delta no Rio, Sergio Cabral pediu apoio ao PMDB.
Fogo amicíssimo – Foi Rogério Buratti, amigo e assessor do ex-ministro Antonio Palocci, quem revelou a doação de Cachoeira ao caixa 2 da campanha de Lula.
Vigilância social – Para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), só as redes sociais podem impedir que a CPI do Cachoeira acabe em pizza.
Vagas cedidas – O PMDB cedeu vagas na CPI para os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Paulo Davim (PV-RN) e Benedito de Lira (PP-AL) será suplente. (Coluna de Cláudio Humberto)

O GLOBO – 26/04/2012

No primeiro dia da CPI, Lula se reúne com Dilma e ministros

Para acertar os ponteiros da Comissão que vai investigar Carlinhos Cachoeira

Publicado: 23h58
Atualizado: 0h47

Lula e Dilma participam do lançamento do filme “Pela primeira vez”, de Ricardo Stuckert: evento teria sido oficialmente o motivo da presença do petista em Brasília O Globo / Gustavo Miranda

Paralelamente à reunião de Lula com Dilma, o presidente do PT, Rui Falcão, teve reuniões com o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), um dos alvos da oposição na CPI Mista, e, depois, com parlamentares do partido que integram a comissão, também para unificar o discurso. Falcão negou que o PT não esteja apoiando Agnelo, mas, nos bastidores, já se fez o cálculo: se Agnelo tiver problemas com Cachoeira, não terá como ser preservado.
À noite, no Congresso, os líderes petistas foram orientados pelo Palácio do Planalto a ter sobriedade e conter os arroubos na CPI, mantendo o foco já estabelecido. Delimitar, por exemplo, a investigação a contratos da Delta que já estão sob suspeitas.
O ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, que esteve no almoço e é considerado um interlocutor de Lula no Planalto, já estaria trabalhando para convencer o ex-presidente a se acalmar e “tirar a faca dos dentes”.
Um dos maiores temores do governo e do PT é em relação ao magoado ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot, que pode comprometer o governo, ao escancarar detalhes de contratos do Ministério dos Transportes com a construtora Delta. Foi diante de argumentos como esses que Lula estaria moderando o tom beligerante em relação à CPI.
Divergência sobre relator
Outra suposta divergência entre Lula e Dilma foi na escolha do relator da CPI. Enquanto Lula brigou pela indicação do ex-líder Cândido Vaccarezza (PT-SP), considerado incendiário, Dilma queria o líder do PT na Câmara Paulo Teixeira (PT-SP). Com o impasse, a escolha recaiu sobre o mineiro Odair Cunha.
— A conclusão hoje é que a escolha do Odair Cunha para relator da CPI foi a melhor, justamente por causa da sua sobriedade — disse um dos participantes da reunião no Alvorada.
Oficialmente, Lula foi a Brasília para participar do lançamento do documentário “Pela primeira vez”, de Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial dos seus dois mandatos. O filme conta a passagem do poder dele para Dilma. O lançamento nesta quarta-feira, no Museu da República, foi muito concorrido com a presença de cerca de 20 ministros, além de ex- ministros como José Dirceu, Márcio Thomaz Bastos e Franklin Martins — este último participou do almoço no Alvorada.
Na chegada para ver o filme, Lula e Dilma evitaram falar com a imprensa. Questionado se os dois haviam “acertado os ponteiros” na reunião que tiveram mais cedo, Lula afirmou:
— Nosso relógio é suíço. Jamais ele vai ter que atrasar nem adiantar. Nós nunca temos que acertar ponteiros.
Dilma desconversou ao ser questionada sobre o almoço que reuniu no Alvorada, além de Lula e Gilberto Carvalho, os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Mercadante (Ciência e Tecnologia). Em parte da reunião, Lula e Dilma falaram a sós.
— Foi ótimo, a comida estava ótima — disse Dilma.
O ex-presidente foi a Brasília em jato fretado pelo Instituto Lula. O aluguel estimado é de cerca de R$ 30 mil.
BRASÍLIA - No primeiro dia de funcionamento da CPI mista do caso Cachoeira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou quatro horas reunido com a presidente Dilma Rousseff e alguns ministros, no Palácio da Alvorada, para defender sua posição favorável à investigação e unificar o discurso do PT e do governo no Congresso. Nas conversas desta quarta-feira, Lula repetiu sua tese de que a investigação será a oportunidade de atacar os opositores do governo que estão sob suspeita, ainda que isso represente eventuais perdas no próprio PT.

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