por Julieta El-Khouri
O movimento DIA DO BASTA não é um movimento orquestrado. Sua maior forma de divulgação são as redes sociais. Em algumas cidades há envolvimento de representantes de entidades como OAB e MP; em outras, a sociedade civil organizada faz o seu papel. Assim sendo, a adesão ao movimento em diversos estados do País, foi diferenciada. Muita adesão em alguns lugares; pouca, em outros.
Milhares de pessoas estiveram nas manifestações em Brasília e em São Paulo. Mas no Rio de Janeiro, a situação foi diferente. Em torno de 300 pessoas participaram do evento, cujo número pode ser considerado muito baixo tendo em vista o número de habitantes do Rio. Em Cabo Frio, foram cerca de 100 pessoas, o que também pode ser considerado baixo, diante da quantidade de denúncias de irregularidades que acontecem, quase que diariamente, contra a Prefeitura. Dois absurdos e um comportamento. Em ambas cidades há uma similaridade: uma grande incidência de contratos temporários na Prefeitura. Isso faz com que o povo se mantenha distante das manifestações por sentir-se “devedor” e refém da situação.
Outro fator de suma relevância é o descrédito no Judiciário. O “DIA DO BASTA” já está em sua 7ª edição e quase nada aconteceu. Os infratores não são presos nem devolvem o dinheiro acumulado com as fraudes. O assalto aos cofres públicos continua ocorrendo e o Poder Judiciário dorme. Os bandidos de “grande monta” são presos, permanecem lá por uma semana, e depois acabou. Eles são soltos e não acontece mais nada. Nem se ouve falar em cumprimento da lei, permanência efetiva na prisão para cumprimento da sentença, devolução do produto do roubo aos cofres públicos. Não obstante tantas mazelas, a população conta ainda com a ausência da celeridade. Os processos emperram por longos e intermináveis anos. O Poder Judiciário não cumpre o seu papel; não respeita o cidadão.
Esse é o maior fator contribuinte da desmobilização popular.
Esse é o maior fator contribuinte da desmobilização popular.
Em expressão jurídica interessante, caberia agora um paradoxo : Dizem que a justiça não socorre aos que dormem, mas quem socorrerá, mesmo aos acordados, quando a Justiça dormir?
Nenhum comentário:
Postar um comentário