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sábado, 27 de outubro de 2012

ENEM : CRITÉRIOS DO MEC PARA A CORREÇÃO DA REDAÇÃO

por Julieta El-Khouri

As provas do ENEM estão chegando. O certame será no outro final de semana, dias 3 e 4 de novembro. Como é de conhecimento de muitos, no último concurso realizado ocorreram inúmeros problemas no Exame, sendo o de maior gravidade relacionado às redações. A redação, para a maioria das carreiras, tem peso 3, ou seja, existe grande probabilidade de alguém se aprovar com uma boa nota de redação mesmo tendo realizado uma prova objetiva regular. Dessa vez, mediante pedido do candidato, o MEC terá que exibir a correção da redação.
Confira a seguir, nas reportagens, alguns temas que poderão ser abordados nas redações e os critérios para sua correção.


noticias.terra.com.br

Enem: professores apontam temas prováveis para a redação

25 de outubro de 2012 09h08 atualizado às 09h13

O desconhecimento do tema da prova de redação no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) é motivo de preocupação para os candidatos. Apesar de ser revelado apenas na hora do teste, assuntos em voga nos meses que o antecedem estão sempre entre as possibilidades. Marcada para o segundo dia do exame, 4 de novembro, a prova de redação tem características próprias que podem guiar os alunos. "É uma linha muito clara. São temas objetivos, da realidade atual", afirma o diretor do curso pré-vestibular Objetivo de Florianópolis, Antônio Ricardo Russo.


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O perfil da redação do Enem faz com que os temas sejam um pouco previsíveis, segundo Russo, professor de redação e português. Ele afirma que as temáticas levantadas são sempre questões palpáveis, uma problemática social para a qual o aluno pode apresentar uma solução, que deve respeitar os direitos humanos. A proposta de redação deve possibilitar essa abordagem.
O supervisor do núcleo de português do curso pré-vestibular Anglo de São Paulo, Francisco Platão Savioli, com base na análise das provas anteriores, dividiu os temas em três categorias. A primeira se refere à relação do homem com ele mesmo, na qual a proposta irá levantar uma questão filosófica, de crenças, ou sobre realização pessoal. Na segunda, seria levantada a relação do homem com a sociedade. "Atuação política, participação na vida social, tolerância no convívio com as diferenças sociais. Esse é o que mais cai", afirma Savioli. O professor usa como exemplo o excesso de segurança, como a colocação de catracas para acesso em universidades. "Poderia surgir uma discussão sobre se a liberdade é a ausência de controle sobre as pessoas", exemplifica.
A terceira área apresenta temas sobre o relacionamento do homem com o meio biofísico, ou seja, com a vida e o meio ambiente. Alguns assuntos poderiam ser "o convívio do homem com outros seres vivos, a preservação dos recursos naturais, transgênicos e intervenções do homem no ambiente", elenca o professor de português do Anglo.
A professora de redação do curso pré-vestibular Oficina do Estudante, Liliane Negrão, acha difícil reduzir as possibilidades de tema, já que quase qualquer coisa pode ser pauta para uma redação do Enem. Assim como o professor Russo, ela percebe que as temáticas são normalmente voltadas para política e cidadania. Mas a realidade do Brasil e do mundo estão sempre presentes: "Qualquer assunto atual, qualquer assunto que tenha sido pauta de jornal, revista, televisão pode ser usado como estopim para abordar vários tipos de temas", ressalta.

Rio+20
O professor Ricardo Russo dá alguns palpites do que pode cair na redação de 2012. Um assunto que foi tratado na mídia há pouco tempo é a Rio+20, que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro em junho deste ano. Russo acredita que tendo o evento como base, pode-se propor uma discussão sobre o que é ser sustentável e como equilibrar progresso e natureza. "Como respeitar a natureza, pois uma sociedade também precisa consumir. É uma equação complicada, mas o tema é bem atual". Ele ressalta que ecologia aparece todo ano na redação de algum processo seletivo. "E esse ano mais do que nunca", afirma.

Mensalão
Devido às eleições municipais ocorridas neste ano, também existe a possibilidade que a redação do Enem apresente algo relacionado. "O exercício da cidadania, a importância do voto, isso é importante, principalmente para um jovem. Isso tudo ligado à questão da cidadania", opina Russo sobre como o tema pode ser cobrado na prova. O professor de redação e português do Objetivo de Florianópolis acredita que o julgamento do mensalão não aparecerá na prova, apesar de ter sido bastante discutido ultimamente: "Porque a prova do Enem está dentro de uma questão ideológica do governo central. Me parece que eles não vão abrir precedentes para falar da fragilidade do próprio governo".
A Primavera Árabe e os ataques recentes ao islamismo pelo filme Innocence of Muslims (A inocência dos muçulmanos) são pouco prováveis de aparecerem na prova. Os debates sobre islamofobia são muito recentes, e a prova já estaria pronta antes mesmo de terem se intensificado.
Russo acredita que o tema é muito interessante para uma redação e, caso aparecesse, acha que as questões da convivência com o radicalismo religioso, em uma sociedade pluralista, poderia ser um dos aspectos a serem desenvolvidos pelo estudante: "Como respeitar os direitos do cidadão e como ele lida com isso". O limite da liberdade de expressão é outra polêmica que poderia ser feita com base no filme e que poderia estar na proposta de texto. Ao contrário da islamofobia, a Primavera Árabe parece um tema já um pouco ultrapassado para o professor.
Outro assunto com que os candidatos podem se deparar no dia 4 de novembro é a descriminalização das drogas, que também foi bastante comentada nos noticiários. Russo acredita que, além de questionar a opinião do aluno sobre isso, pode-se abordar a questão dos usuários de droga. O estudante precisaria propor uma solução para eles, mas respeitando sempre os direitos humanos. Ele acredita que temas subjetivos, sobre sentimentos, e questões filosóficas não são o perfil do Enem, aparecendo mais em provas de vestibular.

Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado em 1998 pelo governo federal com o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da educação básica. A partir de 2009, o teste passou a ser utilizado também como mecanismo de seleção para ingresso no ensino superior.
Neste ano, as provas serão aplicadas nos dias 3 e 4 de novembro, sábado e domingo, em todo o País, a partir das 13h (pelo horário de Brasília). No primeiro dia, o candidato resolverá as questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias e de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, com duração de 4 horas e 30 minutos, contadas a partir da autorização do aplicador para início das provas. No segundo dia, serão realizados os testes de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, e Redação, com duração de 5 horas e 30 minutos, igualmente contadas a partir da autorização. O participante só poderá levar o caderno de questões ao deixar em definitivo a sala nos últimos 30 minutos. O gabarito tem divulgação prevista para 7 de novembro e os resultados, para 28 de dezembro.
Desde o dia 10 de outubro, os cartões de confirmação da inscrição contendo número de registro, data, hora e local de realização das provas, indicação de atendimento diferenciado e/ou específico, opção de língua estrangeira e solicitação de certificação (quando for o caso) estão sendo remetidos por via postal para o endereço informado pelo participante. As informações também estarão disponíveis no site http://sistemasenem2.inep.gov.br/. É obrigatória a apresentação de documento de identificação original com foto para a realização das provas.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo exame, recomenda que todos os candidatos compareçam ao local de realização das provas até as 12h (de Brasília). Participantes guardadores de sábado serão acomodados em salas e aguardarão até as 19h para iniciarem as provas no primeiro dia.

 

G1.globo.com


30/07/2012 16h35- Atualizado em 30/07/2012 21h07

Veja o manual do MEC sobre a correção da redação do Enem 2012

http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2012/guia_participante_redacao_enem2012.pdf

O ministro Aloizio Mercadante apresentou o documento nesta segunda (30).
Guia traz detalhes sobre a correção e dá exemplo de redações nota 1.000.


Vítor MatosDo G1, em Brasília


O Ministério da Educação divulgou, na tarde desta segunda-feira (30), o manual "A redação no Enem 2012 - Guia do Participante", um documento destinado aos mais de 5,7 milhões de estudantes que se inscreveram para a edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em 50 páginas, o manual esclarece com detalhes as novas regras de correção da prova de redação do exame, que acontece nos dias 3 e 4 de novembro.






Segundo presidente do Inep, Luiz Claudio Costa, o objetivo do material é detalhar os critérios utilizados na correção e tornar o processo mais transparente. Em 2011, mais de 120 estudantes entraram na Justiça para pedir vistas da prova, por não concordarem com o resultado. Até o fim de janeiro, em 79 casos a Justiça exigiu uma nova correção da redação, e apenas dois casos resultaram em alteração de nota.
"No guia está definido o que se espera de cada uma das competências da redação com exemplos. Queremos dar mais objetividade à correção de um texto que é subjetivo", disse o ministro Aloizio Mercadante nesta segunda, em entrevista coletiva, em Brasília.
A nota final da redação do Enem --que vai de 0 a 1.000-- é calculada pela média aritmética das duas notas atribuídas à prova por dois avaliadores independentes. Cada um deles avaliará cinco competências, que permanecem iguais às das edições passadas do exame (veja tabela abaixo). O candidato pode somar no máximo 200 pontos em cada competência.

 VEJA AS COMPETÊNCIAS DA REDAÇÃO DO ENEM
Competência I: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita
Competência II: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Competência III: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência IV: Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência V: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Fonte: Inep

A principal mudança instituída pelo MEC neste ano se refere à discrepância entre estas duas notas e vale tanto para a nota final quanto para a nota de qualquer uma das competências. Pelo manual, uma discrepância acontece quando as notas finais dos avaliadores diferirem entre si em mais de 200 pontos --no ano passado, essa divergência era de 300 pontos--, ou quando as notas por competência diferirem em mais de 80 pontos.
Para solucionar a divergência, um terceiro avaliador será convocado para corrigir a redação, e sua nota será considerada final. Esse procedimento também já era praticado nas edições anteriores. Porém, se esta terceira pontuação continuar discrepante em relação às demais, uma banca composta por três examinadores atribuirá a nota final.

Competências explicadasO manual explica ainda quais são os critérios que orientam os avaliadores na hora de pontuar cada competência. São seis os níveis de pontuação: zero, 40, 80, 120, 160 e 200. Cada um se refere à variação do domínio apresentado pelo candidato.
Por exemplo, na competência 1 (demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita), recebe nota zero quem demonstrar "desconhecimento total da norma padrão". O candidato que mostrar "domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramaticais e de convenções da escrita", receberá 40 pontos. Quem tiver "domínio mediano da norma padrão, apresentando grande quantidade de desvios gramaticais e de convenções da escrita graves ou gravíssimos" somará 80 pontos.
Caso o avaliador julgar que o estudante tem "domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais graves e de convenções da escrita", a nota atribuída será de 120 pontos na competência 1. Já quem demonstrar "bom domínio da norma padrão, apresentando poucos desvios gramaticais leves" receberá 160 pontos, e quem não apresentar, ou apresentar pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita, receberá a pontuação máxima, 200.

Exemplos de redações nota 1.000
O Ministério da Educação selecionou ainda seis exemplos de redações que tiveram nota 1.000 no Enem 2011. Os textos foram acompanhados de uma explicação geral sobre o tema, que no ano passado foi "Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado", e de comentários gerais a respeito da construção dos textos de candidatos do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo.

Para executar o novo sistema, o MEC anunciou o aumento de 40% no quadro de avaliadores, de 3.000 para 4.200 a partir deste ano. O ministro Aloizio Mercadante também afirmou, em maio, que o ministério firmou um termo de ajustamento de conduta com a Justiça no final do ano passado, no qual ficou definido que os estudantes teriam acesso à correção da prova de redação mediante um pedido.



 

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