por Julieta El-Khouri
Em avaliação produzida pela Pearson Internacional, empresa que computa resultados de exames aplicados a alunos do ensino fundamental (do 5º ao 9º ano), o Brasil ocupou a 39ª posição, penúltimo lugar, ficando na frente apenas da Indonésia.
Nesse ranking, o Brasil ficou atrás de vários concorrentes da America Latina como o México, Colômbia, Argentina e Chile.
Os critérios considerados, além das notas dos alunos em matemática, ciências e habilidades linguísticas, foi a qualidade dos professores e a quantidade de alunos que ingressam na universidade.
De onde se conclui que, além do tão alardeado sistema de cotas para ingresso dos alunos nas escolas superiores públicas, ainda resta uma longa estrada que inclui: valorização dos professores e o incentivo efetivo à cultura.
estadao.com.br
Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global de qualidade de educação
Estudo internacional comparou desempenho de 40 países.
27 de novembro de 2012 | 9h 54
O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que
comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores,
dentre outros fatores.
A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence
Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende
seus produtos a vários países.
Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.
Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os
resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos
piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia,
México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição.
Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por
estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a
quantidade de alunos que ingressam na universidade também foram empregados.
Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no
topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa
educação.
Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de
comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das
pesquisas na mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas
políticas a partir dos resultados.
Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser
divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber.
"A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings
Pisa [sistema de avaliação europeu] do que esperava. O resultado foi um profundo
debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí
políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década
depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos".
No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em
comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça,
Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.
Cultura e impactos econômicos
Tidas como "super potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul
dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como
Hong Kong, Japão e Cingapura.
Alemanha, Estados Unidso e França estão em grupo intermediário, e Brasil,
México e Indonésia integram os mais baixos.
O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e
habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um
cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual.
Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar
nessas nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de "Curva do
Aprendizado".
Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que
investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira
"cultura" nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a
educação como um todo.
Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking.
Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as
expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.
Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, vê-se enormes
diferenças entre os dois países, mas um "valor moral" concedido à educação muito
parecido.
O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta
qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de
bons salários.
Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas
educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada
baseada em habilidades profissionais. BBC Brasil - Todos os direitos reservados.
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