A presidenta Dilma vetou o artigo do projeto aprovado pela Câmara dos Deputados, que previa a redistribuição dos royalties entre os municípios não produtores do petróleo.
Ficou mantido o disposto sobre a futura exploração do petróleo na camada pré-sal: os Estados produtores ficam com 22% e os não produtores com 51%.
Veja a matéria.
30/11/2012 - 06h20 - folha.uol.com.br
Dilma veta mudanças na divisão da renda do petróleo sobre royalties
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FLÁVIA FOREQUE
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
Depois de sinalizar publicamente a intenção de "respeito a contratos" na
análise da lei de divisão dos royalties do petróleo, a presidente Dilma decidiu
ontem vetar o artigo do projeto aprovado na Câmara dos Deputados que muda as
regras de distribuição desses tributos referentes a campos em exploração.
Com o veto, fica mantida a legislação atual que destina a maior parcela dos
royalties dos campos em exploração aos Estados e municípios produtores, como
defendiam o Rio e o Espírito Santo.
Pela regra atual, os grandes Estados produtores, por exemplo, ficam com
26,25% dos royalties. Os não produtores recebem apenas 1,76%.
Com isso, saem derrotados os Estados e municípios não produtores,
responsáveis pela aprovação do projeto no Congresso que mudava essa divisão da
receita. O texto reduzia a parcela dos Estados produtores para 20%.
Quanto às regras de exploração dos futuros campos de petróleo do pré-sal, o
governo decidiu manter o que foi aprovado no Congresso. O texto fixa em 15% a
alíquota dos royalties no modelo de partilha de produção e define a distribuição
desses recursos de forma mais igualitária entre todos os Estados e municípios.
Nesta divisão, os Estados produtores devem ficar com 22% da receita de
royalties a ser gerada na exploração dos campos que ainda serão licitados na
área do pré-sal. Já os Estados e municípios não produtores ficariam com uma
parcela maior, de 51%.
O Palácio do Planalto analisava ainda incluir numa medida provisória mudanças
na divisão de royalties de futuros campos de petróleo que ainda serão explorados
pelo sistema de concessão (fora da região do pré-sal).
Nesta MP, o governo deve incluir dispositivo destinando toda receita dos
royalties (União, Estados e municípios) para educação. Com isso, a presidente
Dilma quer viabilizar a proposta de investir no setor 10% do PIB (Produto
Interno Bruto).
Durante a reunião em que discutiu o assunto, a presidente Dilma voltou a
insistir que sua decisão evitaria quebrar contratos e respeitaria o direito
adquirido dos Estados e municípios produtores.
Ou seja, seguindo a linha defendida pelo governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ),
ela optou por não fazer qualquer alteração na legislação atual que destina mais
recursos para as regiões produtoras, mas nos campos já licitados.
No caso dos futuros campos, ainda a serem leiloados, Dilma entendeu que a
regra da distribuição dos royalties pode ser alterada. Por isso, optou por
manter a proposta aprovada na Câmara.
Com a sanção do projeto, o governo vai fazer os primeiros leilões, no segundo
semestre do próximo ano, de áreas de exploração de petróleo do pré-sal com base
no novo modelo de partilha de produção.
Deputados e senadores de Estados não produtores vão tentar derrubar os vetos.
Caso isso ocorra, o governador Sérgio Cabral já avisou que recorrerá ao STF
(Supremo Tribunal Federal).
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